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FLORESTA AMAZÔNICA E SUAS PRINCIPAIS DOENÇAS

As riquezas naturais do Brasil são legendárias.  O País tem o maior bioma de floresta úmida do mundo, a Amazônia, que contém de longe a maior parcela das florestas úmidas remanescentes.  A Amazônia Legal cobre cerca de 60% do território brasileiro e abriga 21 milhões de habitantes, 12% da população total, dos quais 70% vivem em cidades e vilarejos (MARGULIS, 2013).

bioma Amazônico representa aproximadamente 30% de todas as florestas tropicais remanescentes do mundo e detém grande parte da biodiversidade global. É formado principalmente por florestas densas e abertas, porém abriga uma diversidade de outros ecossistemas, como florestas estacionais, florestas de igapó, campos alagados, várzeas, savanas, refúgios  montanhosos, campinas e formações pioneiras (RAMOS,2009).

A fauna da floresta amazônica é rica e diversamente ampla, e é uma das mais impressionante do planeta. Nessa floresta reside uma grande variedade de seres vivos, vegetal e animal, abriga grande parte de todas as espécies de fauna de todo o globo.

A Floresta Amazônica caracteriza-se por ser heterogênea, havendo um elevado quantitativo de espécies, permanece verde durante todo o ano, não perdendo as suas folhas no outono. É uma floresta tropical fechada, formada por árvores de grande porte, seu solo possui uma fina camada de nutrientes, que é formado por decomposição de folhas, frutos e animais mortos. É rica em húmus, sendo essencial para a grande maioria das espécies de plantas e árvores da região (SUÇUARANA, 2015).

Essa variedade de espécies alastra-se em todo o território amazônico, rica e diversa a Amazônia abrange três das divisões regionais do pais, nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Correspondente aos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e Maranhão.

A floresta amazônica é uma floresta tropical, ou seja, localiza-se nas regiões tropicais do globo, situadas próximo aos trópicos de capricórnio e câncer, ocorrem ao norte e ao sul da linha do equador. Floresta de clima equatorial. Marcada por elevadas temperaturas e chuvas em grande quantidade. Também chamada de floreta pluvial tropical, sendo a maior floresta tropical do mundo.

O clima da floresta amazônica é propício para o desenvolvimento de doenças como: malária, doença de chagas, febre amarela, leishmaniose, que são denominadas de “doenças tropicais”, são doenças infecciosas e parasitárias, doenças graves que são transmitidas por insetos que encontram nos trópicos o seu habitat natural.

 Essas doenças se manifestam em regiões tropicais devido à chuva abundante, temperatura quente água retida ou estagnada, o que proporciona habitats ideais para o desenvolvimento dos vetores dessas doenças, que em maior parte são insetos, o clima a temperatura e a umidade da floresta amazônica proporcionam o desenvolvimento dos vetores. Além de que as folhas das arvores são largas facilitando o desenvolvimento dos vetores. “São transmitidas ao homem de maneiras variadas, mas sempre por um vetor que geralmente é um inseto hematófago” (CAMARGO,2008).

A designação “doenças tropicais” não foi invenção da OMS, pois já constava no vocabulário médico desde o século XIX. Surgiu sem data fixa e foi se consolidando à medida que microrganismos eram reconhecidos como causadores de doenças e tinham seus mecanismos de transmissão elucidados. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), essas doenças ocorrem principalmente nos trópicos, devido às condições climáticas quentes e úmidas (CAMARGO,2008).

Sobre essas doenças podemos destacar: Malária, Doença de Chagas, Febre Amarela e leishmaniose.

MÁLARIA: É uma doença infecciosa, transmitida pela picada da fêmea infectada do mosquito Anopheles, que libera protozoários da doença através da picada na corrente sanguínea do indivíduo, onde os parasitas viajam através do sangue ao encontro do fígado onde amadurecem e em determinado tempo reproduzem, esse protozoário ataca o fígado e destrói a corrente sanguínea.

Essa doença é caracterizada por febre frequente, calafrios, fadiga, vómitos e dores de cabeça. Onde apresenta uma fase simples e uma grave. Se a malária simples não for tratada ela pode se tornar grave e levar a morte do indivíduo. Existem espécies de plasmodium responsáveis pela transmissão da malária, são quatro, Plasmodium falciparum, Plasmodium malariae, Plasmodium vivax e Plasmodium ovale.

A malária grave caracteriza-se pelo aparecimento de um ou mais destes sintomas: prostração, alteração da consciência, dispneia ou hiperventilação, convulsões, hipotensão arterial ou choque, hemorragias, entre outros sinais (BRASIL, 2017).

Dentro da região a distribuição fica: o Pará sempre apresenta o maior número de casos, 130 mil casos; em segundo lugar o Amazonas com 93 mil e em terceiro Rondônia com 70 mil casos. No Amazonas sempre houve malária mas, até o final da década de 80, o máximo era de 30 mil casos/ano. Começou a aumentar em 1995 ( 55 mil), 1996 (70 mil) e 1997 (93 mil) (SILVA,2000).

DOENÇA DE CHAGAS: É uma doença tropical parasitária, é observada em especial nas regiões abrangentes da Amazônia Legal, no Brasil na maioria das vezes a transmissão do vetor da doença o Triatoma brasiliensis, conhecido popularmente como “barbeiro”, que transmite através da picada o Trypanosoma cruzi. Ocorre das seguintes formas: Ela pode ser transmitida de forma oral, pela ingestão de alimentos contaminados com os parasitas, da mãe para o feto, por transfusão de sangue e transplante de órgãos. 

Ao picar a pele de uma pessoa o inseto deposita suas fezes, ao sorver o sangue o inseto provoca plurido na pele, ao coçar a região o côco contaminado com o protozoário cai na corrente sanguínea do indivíduo.   

A tripanossomose é o resultado das intervenções humanas no meio ambiente, podendo assim ser considerada como uma antropozoonose. O agente etiológico da doença era restrito a áreas silvestres, desenvolvendo seu ciclo biológico em mamíferos provenientes daquele habitat. Por meio da destruição da vegetação natural, os triatomíneos modificaram seu comportamento, passando a habitar casas de pau a pique e locais de criação de animais (MONTEIRO et al.2015).

FEBRE AMARELA:  A febre amarela é uma doença infecciosa não contagiosa que se mantém endêmica ou enzoótica nas florestas tropicais da América e África causando periodicamente surtos isolados ou epidemias de maior ou menor impacto em saúde pública, sendo transmitida ao homem mediante a picada de insetos hematófagos da família Culicidae, em especial dos gêneros Aedes e Haemagogus (VASCONCELOS,2003).

Traz por sintomas febre elevada e hemorrágica, calafrios, cansaço, dores de cabeça, dores musculares, queda do ritmo cardíaco. Ocorre a degeneração do fígado e o surgimento de icterícia. “Dessa forma, as lesões fisiopatológicas da febre amarela podem ser encontradas no fígado, rins, coração, baço e linfonodos, sendo o fígado o órgão mais afetado” (BRITO et al, 2014).

O vírus é transmitido pela picada do mosquito fêmea infectado. A febre amarela é uma doença tropical de origem africana, chegando ao Brasil juntamente com os navios negreiros, sendo o mesmo, país tropical de clima quente e úmido, proporcionando assim habitat ideal para os vetores da doença.

Seu agente etiológico pertence à família Flaviviridae e ao gênero Flavivírus. Trata-se de uma arbovirose dividida epidemiologicamente em duas entidades: a urbana e a silvestre, que diferem entre si pelo local de ocorrência e a natureza dos transmissores e do hospedeiro (BRITO et al, 2014).

LEISHMANIOSE: As leishmanioses são doenças oriundas de um parasita que está incluso em um gênero de protozoários da ordem Trypanosomatida. No geral, os parasitos são transmitidos aos hospedeiros mamíferos, inclusive o homem, pela picada de insetos, que se alimentaram previamente em um reservatório infectado. Os agentes etiológicos dessa doença são protozoários da ordem Kinetoplastida, da família Tripanosamatidae e gênero Leishmania que possui três espécies pertencentes ao complexo donovani: Leishmania chagasi, Leishmania infantum e Leishmania donovani (MARTINS; LIMA,2013).. Observou-se que, nos últimos dez anos, a média anual de casos foi de 3.156 casos, e a incidência de dois casos/100.000 habitantes A faixa etária mais predisposta a desenvolver a doença são os menores de 10 anos (54,4%), sendo 41% dos casos registrados em menores de 5 anos (COSTA, 2012).

Apesar de não ser uma doença prioritária tanto para o setor público quanto para o setor privado, a leishmaniose, desde o seu surgimento até os dias de hoje, tem se propagado de forma assustadora devido às interferências nos ecossistemas e, por esse fato, encontra-se classificada como problema de saúde pública, afetando regiões com desvantagem socioeconômicas, nas quais estão inclusos o Norte e o Nordeste do país (MARTINS; LIMA,2013).

Com a destruição das matas nativas, os habitats naturais dos insetos transmissores são alterados, provocando a resistência a condições adversas por parte das espécies que, a partir de então, conseguem explorar novos ambientes. Outro fator de destaque no que tange as alterações ambientais envolve a redução na biodiversidade de mamíferos que pode levar a uma concentração da transmissão de Leishmania pela pressão exercida nos vetores de se alimentarem no homem e em reservatórios sinantrópicos (MARTINS; LIMA,2013).

REFERÊNCIAS:

BRASIL. Ministério da Saúde. Malária. Disponível em: <portalms.saude.gov.br/saude.malaria > Acesso em: 05 de março de 2018

CAMARGO.P.E. Doenças tropicais. Disponível em:

<www.scielo.br/pdf/ea> Acesso em: 05 de março de 2018

MONTEIRO et al. Doença de chagas uma enfermidade descoberta por um brasileiro. Disponível em: < www.unifia.edu.br> Acesso em: 06 de março de 2018   

VASCONCELOS.C.F.P. Febre amarela. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical. Vol.8, n.3, pp.61. Disponível em: < www.scielo.br/pdf/rsbmt> Acesso em: 08 de março de 2018 

MENDES BRITO, et al. Febre Amarela: Uma revisão de literatura. Disponível em: <www.mastereditora.com.br> Acesso em: 08 de março de 2018 

MARTINS; LIMA. Leishmaniose: Do diagnostico ao tratamento. Disponível em:  < www.conhecer.org.br> Acesso em: 09 de março de 2018 

 SUÇUARANA.S.M. Floresta Amazônica. Disponível em: <www.infoescola.com> Acesso em: 11 de março de 2018 

M.S. Causas do Desmatamento da Amazônia Brasileira. Disponível em: <siteresources.worldbank.org> Acesso em: 15 de março de 2018

SILVA. R.R.J. Malaria. Disponível em: <repositorio.uniceub> Acesso em: 02 de Abril de 2018

COSTA.L.M.J.Epidemiologia das Leishmanioses no Brasil. Disponível em: <www.gmbahia.ufba.br> Acesso em: 02 de Abril de 2018

Imagens: Disponível em: <https://www.bing.com/images/search?q=floresta+amazonica> Acesso em: 31 de março de 2018

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